sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bandas Independentes


Por Maryy

Quatro amigos, dois de Criciúma e dois de Içara, resolveram montar uma banda com o intuito de se divertir e passar o tempo, mas com o passar do próprio tempo a coisa foi ficando mais seria, assim surgiu a banda de hardcore melódico Macaco Alado. “Todos nós sempre fomos amantes da música e queríamos ter algo em que pudéssemos gastar as energias e as idéias”, relata Rodrigo Lima Lodetti vocalista da banda Macaco Alado.

No inicio tudo é muito difícil, pois é um mundo novo, mas o clima é de descontração, as músicas vêem naturalmente e aos poucos a banda vai aprendendo a caminhar. É assim que muitas bandas começam, alguns amigos se reúnem para se divertir, passar o tempo, ou trocar idéias, fazem um som legal e acabam se apaixonando ainda mais pela música.

Cada banda tem uma maneira de compor e de criar suas músicas, mas basicamente é um conjunto entre os integrantes, em que cada um dá sua opinião e traz um palpite. “Cada um chega com um pedaço e todos complementam a música” fala Alex, produtor da banda Display. Em alguns casos é feito primeiro a parte instrumental e depois colocado a letra. “Normalmente alguém faz primeiro a base da música e a letra. Depois os outros ouvem e vão colocando os outros instrumentos” diz Rodrigo. A inspiração para as melodias pode vir de algo que aconteceu, do dia-a dia, e começam a surgir suas próprias músicas.

O vicio de tocar é inevitável, o amor pela música também, mas nada se compara com a sensação de adrenalina antes de subir no palco. “A sensação melhor possível, principalmente quando tocamos para um público que curte nosso tipo de som, creio que não tem nada melhor”, afirma Marlon Zilli, vocalista e guitarrista da banda GODDS.

Mas para que tudo isso vire realidade é necessário muito ensaio e dedicação, os integrantes se reúnem para discutir desde o repertorio até o futuro da banda. O lugar para ensaio varia de banda para banda, algumas – com mais tempo de estrada e com uma estabilidade melhor – ensaiam em estúdio profissionais, outras – normalmente no começo – ensaiam em estúdios alugados. “Ensaiamos em estúdios com salas com acústica adequada, com equipamentos adequados, e nunca fazendo em locais que não são conveniente como garagem de casa, no quarto ou numa sala de estúdio com acústica e equipamentos ruins”, dizAlex. “Quase sempre a gente faz locação de um horário em algum estúdio” relata Rodrigo.

Dependendo da banda ou do evento musical o contrato passa de verbal para manuscrito. “Por a gente tocar normalmente em shows do cenário independente, não chega a existir contrato no papel, ficando apenas no contrato verbal e as duas partes combinam entre si as condições”, ressalta o vocalista do Macaco Alado. Mas para bandas maiores, em que já possuem um produtor próprio, o contrato é no papel. “É um contrato com clausulas básicas que seja conveniente tanto para quem contrata como para nós da banda, e basicamente constam com a descrição dos equipamentos que precisamos para fazer a apresentação, horário que começa o evento, horário que a banda se apresenta, duração da apresentação, informações sobre o pagamento, e detalhes de segurança”,conta o produtor.

Quando o show é feito em outra cidade é um pouquinho complicado, para as bandas com mais repercussão, existe um processo de pré-produção bem definida, o produtor confirma alguns itens após o recebimento do contrato com a firma – reconhecida em cartório – e escala a equipe; três roadies, um merchan, um técnico de som, um fotografo, um produtor e quatro músicos, alugam uma van com carreta e seguem viagem. E para as bandas iniciantes basta pegar seus instrumentos e arrumar uma maneira de se deslocar até o local.

A volta para casa é sempre com uma sensação muito boa e muitas vezes de missão cumprida. “Sensação de trabalho feito, e bem-feito, que tudo valeu a pena”, relata Marlon.
Mas nem tudo é um mar de rosas, imprevistos são comuns e variados. “Nossa vários imprevistos, como acabar a bateria do microfone sem fio num show extremamente importante e logo na primeira música, o vocal manda um boa noite pro além (risos)", diz Alex. “ Coisas como alguém bêbado subir no palco e pisar no pedal de efeitos, quando eu vi a guitarra estava com som de violão no meio do solo de uma música de Hard Rock, outro foi a baqueta escorregar da mão do baterista” diz Marlon, “ Arrebentar a corda da guitarra também é normal”.

Todo o trabalho é recompensado pelo carinho dos fãs, que muitas vezes vão parabenizá-los de perto. “Normalmente eles pedem meu msn final dos shows e me abraçam”, conta o vocalista da banda GODDS. E em outros casos o reconhecimento vai muito além. “Fazemos encontros especiais regularmente para o Fã Clube” , diz Alex. Os fãs são essenciais para o crescimento de uma banda e por isso os integrantes sempre dão muita atenção e retribuem o carinho recebido. “Eu sei que precisamos deles, então os tratamos como reis”, completa Marlon.

Ninguém é melhor do que ninguém, e para o som rolar é necessário os dois lados, fãs e banda. “A gente acredita que o legal é estar sempre todo mundo no mesmo nível, sem essa história de idolatria, porque ninguém é tão superior nesse planeta a esse ponto, a pessoa pode admirar o trabalho de outra, mas não há ponto de se achar inferior a essa pessoa”, afirma Rodrigo, “Ter respeito é mais legal”.

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